Todos nós somos especiais porque somos únicos. Em função disso, acho que temos sim que nos orgulhar de nossa história e de nossas origens.
Contar uma história e levá-la ao conhecimento de outros não se trata apenas de exercer uma das atividades mais primárias que data dos primórdios: a comunicação. Mas, acima de tudo, é se apoderar do seu passado e, talvez, servir de inspiração para o presente e futuro de outras pessoas.
Em 1987, ingressava na Universidade Estácio de Sá, na rua do Bispo, bairro do Rio Comprido para cursar Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Enfim, estava no caminho para concretizar o sonho do desejado canudo. Passar para uma instituição de ensino particular não era bem o plano. Mas, meu pai me incentivou a me matricular na instituição.
No ano seguinte, após sofrer um Acidente Vascular Cerebral – AVC, iniciavam-se as dificuldades financeiras e, por conseguinte, a incapacidade de honrar com o pagamento das mensalidades. Naquele tempo, só fazia provas quem estava com o carnê em dia. Nem um ano de curso e já era iminente o risco de ter que trancar a matrícula.
Mesmo com graves sequelas, ainda me lembro, como se fosse hoje, meu pai embarcando no velho 750 – Estácio junto comigo rumo à uma solução. O plano? Conversar com o diretor financeiro da Universidade Estácio de Sá. Mas, acabamos saindo de lá sem grandes soluções. Apenas a liberação das etiquetas para fazer as provas daquele período. Ainda pulsava a esperança de buscar uma solução.
Meu pai zeloso não queria que a filha trabalhasse, sem concluir o ensino superior. Eram outros tempos! Tentamos o crédito educativo. Negado! Parecia não haver outra solução a não ser trancar a matrícula e abandonar o sonho.
Não aceitando essa como única alternativa, decidi apelar mais uma vez para o financeiro. Mas, esse diretor que, infelizmente, não guardei o nome era enfático em dizer que não havia alternativas. A universidade não concedia nenhuma bolsa de estudos para alunos.
Aquela tarde entrava no ônibus de volta a Niterói, com lágrima nos olhos e o coração na mão. Não é possível que não haja uma solução! Mas, no meu inconsciente, uma voz me dizia: calma! Você vai conseguir...
Pausa: querem saber como essa saga termina? Aguardem o próximo post. Apenas, querendo dizer, em tempos de pandemia, que a força do nosso pensamento tem a capacidade de transformar a realidade. A resiliência e determinação proporcionam a cada um de nós o direito de escrever a nossa própria história, como desejamos.
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